terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
O que está a acontecer com Quaresma não é para mim uma grande surpresa, mas já é uma grande surpresa, ele ir para o Chelsea de Scolari.
O treinador brasileiro nunca morreu de amores por Quaresma e isso viu-se claramente, quando não o levou ao Mundial de 2006 e no Europeu de 2008, nunca fez dele um jogador indiscutível e um titular, da selecção. Antes pelo contrário, o Harry Potter, saiu do Euro, com a imagem abalada e isso reflectiu-se nas possibilidades de transferência com a novela Inter a parecer não ter fim.
Mas quando digo que não é uma surpresa este fiasco Quaresma, não é porque não lhe reconheça, capacidade, talento e até génio, mas pela forma de encarar o futebol, a falta de humildade, a mentalidade de prima dona e de vedeta, que já não tem nada a melhorar e aprender, de que o ex-jogador do F.C.Porto, dá provas agora, como no passado recente. O futebol actual não se compadece com jogadores que pensam, que por fazerem hoje um grande jogo ou amanhã, uma trivela vistosa, já não precisam de fazer mais nada. Não, o futebol actual exige constância, regularidade e uma capacidade de sacrifício, que Quaresma ainda não percebeu e pelos vistos, não parece muito disposto a perceber.
Digo isto agora, como já tinha dito em post de 20 de Janeiro de 2008, com o título: F.C.Porto 2 - D. das Aves 0: capítulo R.Quaresma., em que abordava a reacção do ciganito aos assobios do público do Dragão, depois do ex-nº7 portista ter tido um comportamento, que deixou a desejar.
Nesse post a determinada altura dizia o seguinte: "Meu caro Quaresma, acredito que és uma pessoa inteligente e que tens perto de ti quem te queira bem. Assim, espero que ao reflectires sobre o jogo chegues à conclusão, tu e os que te rodeiam, que aquilo ontem foi muito mau e não deve voltar a repetir-se. Se não pensas assim, se os que te estão próximos não te chamam a atenção e se limitam a dar-te palmadinhas nas costas, dizendo-te que és o maior, corres o risco de vires a sofrer grandes desilusões. Em Itália, Inglaterra ou Espanha países onde acredito queiras jogar, o futebol é levado muito a sério. O grau de exigência é maior que em Portugal. A C.Social desses países não é condescendente para quem vem de fora como a portuguesa. Portanto, se não tiveres sempre uma grande atitude, se não levares a sério todos os jogos, vais ter grandes problemas e corres o risco de te voltar a acontecer o que te aconteceu em Barcelona.
Mas, há uma coisa que eu reconheço que tens razão: é quando dizes « enquanto não me proibirem de jogar assim...» É essa a questão, tocaste no ponto, falta-te um A. Ferguson, ou alguém parecido com o escocês, para te corrigir, para te tirar os vícios, para fazer de ti um jogador da dimensão de um C.Ronaldo, a quem em talento, não deves nada.
Ainda vais a tempo, assim queiras entender e perceber os sinais. Com tiques de prima dona e de vedeta, não vais a lado nenhum.
Termino citando Norman Vincent: « O mal de todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica.»
Mas, há uma coisa que eu reconheço que tens razão: é quando dizes « enquanto não me proibirem de jogar assim...» É essa a questão, tocaste no ponto, falta-te um A. Ferguson, ou alguém parecido com o escocês, para te corrigir, para te tirar os vícios, para fazer de ti um jogador da dimensão de um C.Ronaldo, a quem em talento, não deves nada.
Ainda vais a tempo, assim queiras entender e perceber os sinais. Com tiques de prima dona e de vedeta, não vais a lado nenhum.
Termino citando Norman Vincent: « O mal de todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica.»
Na altura, Quaresma não percebeu os sinais, em forma de assobios, do exigente, mas conhecedor, público do Dragão. Em Itália voltou a não perceber e apesar de Mourinho, sai do Inter com o rabo entre as pernas. Vai para Inglaterra, onde terá mais espaço para jogar e onde as trivelas ou os toques de calcanhar, ainda provocam aqueles; ah!, oh!, de espanto, mas se não arrepiar caminho, não mudar de mentalidade, corre o risco, apesar de ainda ser jovem, de voltar a Portugal pela porta pequena dos derrotados, sem honra nem glória.
Que Quaresma e a sua entourage tenham aprendido as lições. É a última possibilidade para que no futuro, o Mustang de Boloni, não venha a sentir a frustação, de ter ficado muito aquém das suas possibilidades.