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quarta-feira, 15 de abril de 2009



Não sou adepto de vitórias morais, mas também não sou de chorar sobre o leite derramado. Assim como não embandeiro em arco nas vitórias, não dramatizo demasiado as derrotas.
Estou orgulhoso do trajecto do F.C.Porto na C.League e muito contente por verificar o crescimento desta equipa, que na fase de grupos, chegou a dar a ideia de não ter capacidade para ir mais longe. Eramos o adversário preferido nos oitavos-de-final e eliminamos os espanhóis do Atlético, que ficaram surpreendidos com a nossa qualidade.Voltamos a ser o adversário preferido nos quartos-de-final e discutimos até ao último minuto, da segunda-mão, com o Campeão da Europa, do Mundo e de Inglaterra, a passagem às meias-finais e mais do que isso, no conjunto das duas mãos, não fomos inferiores. Espero sinceramente, que os profissionais do F.C.Porto tenham o mesmo sentimento que eu tenho, não se sintam tristes, desiludidos e muito menos, abatidos. O sonho acabou, mas não acabou a época e há uma Liga e uma Taça para conquistar.

Em Coimbra, no próximo Domingo, tenho a certeza que os adeptos portistas vão acorrer em massa e manifestar todo o carinho e apoio, à equipa, dizendo-lhe claramente, que nos sentimos orgulhosos por tudo que foi conseguido até aqui e dizendo-lhe também, que estarão do lado dela nesta fase importante da temporada, para a ajudar, com a sua presença, a atingir as vitórias necessárias para a conquista dos grandes objectivos desta época: o Campeonato e a Taça de Portugal.

Sobre o jogo, não posso deixar de dizer que esperava mais. Da equipa, mas também, de alguns jogadores, que hoje, não corresponderam às expectativas: Hulk, C.Rodriguez, principalmente, não jogaram nada, o que juntamente com a lesão de Lucho, fez o F.C.Porto, ficar aquém do rendimento esperado. Entramos mal no jogo, acusamos demasiado a responsabilidade, não fomos tão competentes, como temos sido e isso, contra equipas como o Manchester, é a morte do artista. Na primeira-parte então, foi o Porto do início de época que esteve em campo e não aquela equipa que surpreendeu a Europa.

Melhoramos um pouco no segundo período, mas ficamos longe, mesmo assim, do que já mostramos. Era preciso um Super-Porto, com todos no máximo das suas capacidades e hoje no Dragão, isso não aconteceu. Se uns desiludiram, outros foram enormes e mostraram grandes capacidades: Cissokho, confirma jogo a jogo as suas enormes potencialidades. Sapunaru foi uma surpresa, fazendo um grande jogo contra adversários de alto gabarito e mostrando que nas laterais da defesa, finalmente, o problema está resolvido. Fernando confirmou no Dragão tudo o que de bom tinha feito em Old Trafford e é já uma certeza no meio-campo do F.C.Porto. Muito bem, Raul Meireles que nunca fraquejou, assim como os dois centrais. Dos restantes, Lucho, até se lesionar, tentou remar contra a maré e esteve na base da pequena reacção do conjunto portista, após ter sofrido o golo. Lisandro, mesmo sendo o melhor dos avançados, não fez um grande jogo e Mariano que substitui o capitão, fez coisa boas e tentou pela direita, desiquilibrar, mas foi irregular, tão depressa fazendo uma boa jogada como a seguir enrolava e perdia bolas fáceis. Tomás Costa e Farías entram tarde e não podiam fazer milagres. Por último Helton: ainda não vi o lance do golo na televisão e no campo pareceu-me que a bola não tinha defesa. Depois, resolveu bem sempre que foi chamado a intervir.

Nota final: o Manchester hoje, foi uma grande equipa e principalmente, uma equipa que fez valer a sua grande experiência. Defendeu exemplarmente e depois, teve em Anderson, um pivô que dinamizou todo o jogo da equipa. Tem jogadores com uma dimensão, que o F.C.Porto não tem, mas mesmo assim, não ganhou a eliminatória, da forma como esperava e teve de sofrer muito. É o melhor elogio que se pode fazer ao F.C.Porto.
O piroso natural da ilha da Madeira, marcou um grande golo, mas teve um comportamento, muito abaixo do que se exige, a quem tem o estatuto de melhor do Mundo


Palavras de José Gomes no final do jogo:
Sabor a injustiça
«Ficámos com uma sensação extremamente desagradável e com um grande sabor a injustiça, face ao que fizemos nos dois jogos. Entramos em campo com os mesmos jogadores e com a mesma abordagem de seriedade e empenho do primeiro jogo e devemos ter orgulho pela nossa prestação nos dois jogos. Jogadores, dirigentes e adeptos, todos se podem sentir orgulhosos perante o trabalho desta equipa».

Adversário forte
«Pretendíamos mais e merecíamos ter passado esta eliminatória. Convém realçar que não defrontámos uma equipa qualquer, jogámos contra a melhor equipa da Europa e do Mundo e sofremos um golo apontado pelo melhor jogador do Mundo. Não estando naturalmente satisfeitos com o resultado final, estamos contudo orgulhosos pelo que fizemos».

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