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quarta-feira, 15 de março de 2017


Se é verdade que mesmo onze contra onze, tanto no Porto como em Turim, o campeão italiano mostrou sempre mais argumentos, melhor equipa e melhores jogadores e não é abusivo pensar que seria sempre quem seguiria para os quartos-de-final, também é verdade que o comportamento do F.C.Porto, até mais no Juventus Stadium que no Estádio do Dragão, me deixou optimista para o futuro. Pode parecer um paradoxo, mas apesar da derrota e da eliminação, fiquei ainda mais animado e confiante para o que resta da época. Porquê? Porque frente a uma grande equipa - pentacampeã italiana, a caminho do hexa, com um treinador há vários anos na casa, idem para a base da equipa, um conjunto de craques, alguns campeões do Mundo -, num estádio cheio, a fervilhar de entusiasmo e em circunstâncias muito difíceis - mais de 45 minutos com menos um, depois de um penalty, um golo e uma expulsão, quando o nulo persistia e o intervalo estava já ali -, o F.C.Porto mostrou atributos que contribuíram para isso. Quais? Atitude, carácter, organização, coesão, raça, capacidade para jogar e procurar marcar, ânimo até ao fim, jogadores de qualidade, uma massa adepta fantástica e que é exemplar no apoio. Também porque não há em Portugal nenhuma equipa que se aproxime da Juventus.
Não, não é uma vitória moral, nada disso, não sou esse género de adepto. Mas não escondo que me regozijo ao ver que o F.C.Porto cresceu muito, está preparado para no que resta da época lutar até ao fim pelo seu grande objectivo, conquistar o título de campeão nacional em 2016/2017.

Como disse em comentário no post anterior, também gostaria de ver um F.C.Porto pujante, exuberante, ao nível do F.C.Porto 2002/03/04. Mas temos de ter consciência de onde vimos, onde estamos, do longo caminho a percorrer para lá chegar. Temos dado passos nesse sentido, mas ainda temos muitas barreiras para derrubar, muitos obstáculos para ultrapassar. O caminho faz-se caminhando e que há coisas que estão bem melhor, isso parece-me claro. Lembram-se da frase que fui repetindo: até podemos não ganhar, mas temos de ficar sempre com a certeza que fizemos tudo para ganhar? Pois, neste momento é esse o sentimento.
Olhar para o passado, fazer comparações, exigir o Céu quando a prioridade é ter os pés bem assentes na Terra, não me parece que neste momento seja o ideal. Outro galo cantaria se não se notassem melhorias...

Já sabemos, porque os conhecemos de ginjeira, para a propaganda vermelha, para aqueles que fazem análise e comentam com a camisola de Benfica vestida, cachecol ao pescoço e bandeira na mão, não houve nenhum mérito do F.C.Porto na partida de ontem. Tudo se resume à Juventus não ter forçado, não ter procurado ampliar o marcador, jogado em ritmo de treino, etc. O comportamento de F.C.Porto e as boas possibilidades que teve de marcar, não contam, ao contrário do que aconteceu em Dortmund onde o raciocínio foi: se aquele lance de Cervi tem entrado... Mesmo que as circunstâncias dos jogos fossem muito diferentes. O F.C.Porto, porque foi competente, não foi goleado, nem correu riscos de ser. Ao contrário do clube do regime. Mas também e porque os conhecemos bem, sabemos que neste momento, ao contrário do que acontecia há meses, eles não dizem o que pensam, tentam passar essa mensagem porque têm medo deste Porto forte, determinado que até pode perder, mas deixa tudo em campo para conseguir ganhar, nunca desiste. Sabem que este Porto recuperou o seu ADN.
Ainda a propósito, não é que o fraquinho, fraquinho do Leicester, ainda está na Champions e acabou de eliminar o Sevilha, equipa com um grande passado nas provas europeias - não é, SLB? - e actual 3º classificado da Liga Espanhola?

Marcano, um grande jogo, tanto a central como a lateral. E como Boly tem dado mostras que é um jogador fiável, o espanhol mostrou que em circunstâncias especiais - lesões ou castigos -, pode ser uma boa alternativa para a lateral esquerda da defesa ou para uma defesa com três centrais. Não terá a profundidade de Alex Telles nem de Layún, mas tem outras valências que podem ser aproveitadas.

Nota final:
Ninguém pode acusar o F.C.Porto de não cumprir a sua obrigação nas provas europeias, ter culpa na queda do ranking de Portugal na UEFA. Vão procurar culpados noutras paragens, em particular no lado verde da Segunda Circular.

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