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sexta-feira, 18 de agosto de 2017


Nos últimos anos o futebol português vive sob um estado lampiânico arrogante, prepotente, com os  delírios de grandeza típicos do mais maior, melhor, grande clube do universo. O Benfica é como o eucalipto. Tenta secar tudo à volta para reinar sozinho. O estado lampiânico sonha com um futebol português à imagem do futebol grego, em que o clube do regime lá do sítio, o Olympiakos, venceu 10 dos 11 últimos campeonatos. Isso seria maravilhoso, Portugal estaria sempre em festa e isso agradaria ao poder político, à comunicação social, à FPF e até a LPFP, apesar de uma ou outra resistência.
Sim, porque o que se está a passar actualmente só é possível porque o Benfica conta com a cumplicidade de um poder político submisso e tolhido pelo mito dos seis milhões e a quem agrada o sucesso do clube do regime; com a colaboração de uma comunicação social cobarde e sem vergonha na cara, que, salvo raríssimas excepções, está capturada, de cócoras e ao serviço do Benfica; uma FPF cujo líder, Fernando Gomes, mesmo perante factos gravíssimos faz silêncio. E não é por acaso. O presidente da FPF sabe muito bem que agora é muito elogiado e muito badalado, porque este ciclo é de domínio do Benfica. Tivesse a FPF o mesmo sucesso, mas fosse este um período de hegemonia portista e há muito que o estado de graça de Fernando Gomes já tinha passado à história. Basta ver como reage o grande devedor, condenado por roubo e amigo de traficante de droga, quando as coisas num determinado momento não correm a favor do clube do regime; basta recordar a falta de respeito do Benfica no boicote à Gala Quinas de Ouro da FPF; o que disse o leitor Vieira no almoço que antecedeu a Supertaça; ou lembrar que à mais pequena brisa que perturbe o clube do regime, logo vêm  os propagandistas colocar em causa Fernando Gomes, não deixando de o conotar como portista e até vão mais longe, lá vem o estigma do Apito Dourado. Já a LPFP bem quer fazer alguma coisa, mas com os tentáculos do estado lampiânico espalhados por muitos clubes da 1ª e 2ª Liga, fica difícil passar qualquer ideia, alteração que seja contra a vontade do clube do regime.

Um bom exemplo do cinismo, hipocrisia, desfaçatez e falta de coragem de alguns artistas da escrita e da palavra.
Disputaram-se apenas duas jornadas do campeonato, F.C.Porto, Benfica e Sporting ganharam os seus jogos, juntamente com o Rio Ave que também conseguiu o pleno, já lideram. Suficiente para que alguns entendidos se mostrem preocupados. Dizem eles que o fosso entre os três grandes e os restantes clubes é cada vez maior, culpa de Dragões, leões e águias. Que o fosso seja cada vez maior e por causa disso a competitividade seja pouca e que depois isso se reflita nas provas europeias, não serei eu a discordar, como não discordo que isso seja reflexo de uma negociação dos direitos televisivos desproporcionada. Mas incapazes de por nomes aos bois, apontar o principal culpado, arranjam sempre mais culpados, mesmo que seja claro quem é o principal responsável por alguns problemas que afectam o futebol português. A quem se deveu não haver centralização dos direitos televisivos? Quem do alto da sua arrogância achou que conseguiria um contrato de tal forma superior a F.C.Porto e Sporting que afastava a concorrência, cavava um fosso tão profundo que Dragões e leões ficariam numa situação de tal forma complicada que apenas se limitariam a discutir o segundo lugar? O que fez a comunicação social nessa altura, para além de cavalgar a onda e lamber Vieira e seus pares? O que faz a comunicação social agora perante acontecimentos gravíssimos com origem na Luz, já denunciados? Nada. De forma rasteira, própria de homitos sem coluna vertebral, estão preocupados com o clima que se instalou, com uma clubite cada vez mais exacerbada. Claro, era vê-los passar por cima do penta e já apontar para o hexa e nada nem ninguém pode perturbar o desígnio nacional, penta, hexa... até eles se contentarem e quem sabe, deixar uma ou outra migalha para F.C.Porto e Sporting.

Assumimos as nossas culpas, estamos a pagar pelos erros cometidos. Mas apesar disso, se neste país e neste futebol, um não fosse o filho querido e os outros enteados, não vivessemos sob a influência de um estado lampiânico promíscuo e com métodos muito pouco sérios - fossem outros os intervenientes e já teria sido um corrupio de pedidos a pedir justiça, Porto e Pinto da Costa condenados às masmorras na praça publica; outro galo já teria cantado e a história dos últimos quatro campeonatos seria bem diferente.

Nota final:
Benfica e Belenenses defrontam-se no sábado na Luz e já começaram a trocar miminhos, num exemplo de fair-play digno de registo. Pena que depois, no campo, os miminhos e o fair-play só tenham uma via, a via azul. Nas três últimas épocas, seis jogos, seis vitórias do Benfica, 22 golos marcados e zero sofridos. Tantos miminhos e fair-play até comove. Mas sem Miguel Rosa e com Domingos Paciência no banco do Belenenses... pode ser que as coisas mudem um bocadinho...

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