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terça-feira, 21 de novembro de 2017


Ambiente frenético, muito quente, autêntico inferno turco, para um jogo muito difícil e importantíssimo para o futuro do F.C.Porto na Champions League. Frente a um Besiktas, forte colectivamente - uma surpresa -, recheado de bons e experientes jogadores - sobre isso não havia grandes dúvidas -, não podia ser um Porto qualquer, era preciso um Porto ao seu melhor nível. Um Porto concentrado, determinado, corajoso, solidário, com atitude e o carácter que tanto e tão justamente tem merecido elogios, mas que juntasse a essas virtudes, organização e uma qualidade de jogo capaz de surpreender uma equipa que precisava apenas de um empate para fazer história, chegar à fase seguinte da prova rainha da UEFA.
Muitos dos atributos pedidos estiveram lá, mas a qualidade de jogo pretendida só apareceu a espaços. De qualquer maneira, os Dragões saíram vivos de Istambul, para além de terem garantido a Liga Europa, apenas dependem de si para continuar na Champions League. Como o RB Leipzig venceu no Mónaco e em casa não deve dar hipóteses aos turcos, o F.C.Porto vai ter mesmo de vencer os franceses, já sem qualquer possibilidade de se manterem nas competições europeias, para continuar na Champions

Para a batalha de Istambul, Sérgio Conceição escalou uma equipa com duas surpresas, entraram Maxi e Sérgio Oliveira, que se juntaram a José Sá, Felipe, Marcano e Alex Telles, Danilo, Herrera(aos 90 minutos Diego Reyes), Ricardo(aos 80 minutos, Corona), Aboubakar e Brahimi, o uruguaio para lateral-direito, o português para o meio-campo. A ideia do treinador dos Dragões era ter uma equipa mais compacta, tendo três médios e um ala capaz de ter mais à vontade e disponibilidade para a dupla-função, atacar e defender, Ricardo, em detrimento de Corona, já que do outro lado o génio e criatividade de Brahimi, não podiam estar ausentes. E foi assim, com estes, que o F.C.Porto foi à procura de ser feliz.

Acusando a pressão dos turcos que empurrados por um público extraordinário no apoio que dá à sua equipa, pressionavam alto e tinham nas alas dois jogadores em excelente nível, Quaresma e Babel, o F.C.Porto sentiu dificuldades em ter bola, sair mais e com mais critério, definir melhor, aproveitar os espaços que o Besiktas dava. Quando era preciso tocar e ir buscar, simplificar, houve jogadores que complicavam, o jogo não fluía, a bola circulava pouco, estava vezes demais nos pés da equipa do Besiktas. Sem exercer uma grande superioridade, nem uma qualidade de jogo brilhante, o conjunto de Senol Gunes estava melhor, aparecia no último terço com mais perigo. Estava o jogo assim, quando Felipe, aos 28 minutos e numa jogada ensaiada, fez o primeiro golo e colocou os Dragões em vantagem, vantagem que a equipa de Sérgio Conceição não tinha feito muito para justificar. O golo não abalou a equipa da casa, aos 32 Quaresma obrigou José Sá a uma grande defesa, aos 41, numa grande jogada de Tosun, que Talisca concretizou facilmente - Felipe errou o tempo de entrada, ficou completamente batido -, o campeão turco empatou, colocou justiça no marcador ao intervalo.

Na segunda-parte, Sérgio Conceição manteve o mesmo onze, o técnico turco mexeu, Medel substituiu Tosic e o jogo recomeçou como se tinha iniciado a primeira. Mais Besiktas, portistas apostados em complicar, falhando passes fáceis, incapazes de sair da pressão, responder ao domínio intenso das águias negras. Babel atirou à barra, Quaresma obrigou José Sá a uma grande defesa, foram 15 minutos muito sofridos do conjunto português.
Do nada, Ricardo falhou uma oportunidade clara, a partir daí o F.C.Porto começou a reagir, a aparecer, embora melhor e com mais bola, o Besiktas deixou de ser tão intenso e tão perigoso, o jogo ficou mais confortável para os Dragões. Que aguentaram o empate, saindo do inferno de Istambul vivos.

A haver um vencedor, não custa reconhecer, seriam os turcos, uma excelente equipa, com um colectivo forte, muitos e bons jogadores e com um apoio do público que ajuda e de que maneira! É, portanto, um resultado que não sendo o ideal, permite manter os oitavos à vista, numa exibição que teve coração, mas faltou razão, isto é, mais e melhor futebol.

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