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terça-feira, 14 de março de 2023

 

Saindo de Milão com um resultado negativo, quando merecia pelo menos o empate, que Taremi desperdiçou de forma inacreditável, o F.C.Porto tinha obrigatoriamente de ganhar para passar aos quartos-de-final  e para isso tinha de arriscar frente a um Inter mal no campeonato italiano, mas uma equipa forte e recheada de bons jogadores. Arriscar, mas com concentração, organização, inteligência, primeiro defender bem e não sofrer, com bola procurar marcar e para isso não era preciso ser logo, havia tempo para para, primeiro empatar a eliminatória, depois tentar resolvê-la, se fosse nos 90 minutos, óptimo.

De início com Diogo Costa, Pepê, Fábio Cardoso, Marcano e Zaidu, Eustaquio, Uribe, Grujic e Galeno, Evanilson e Taremi, sem três habituais titulares, João Mário, Pepe e Otávio, os dois últimos com um peso notório na equipa, com Galeno e Evanilson a regressarem de lesão, ainda sem a melhor condição física e ritmo, a primeira-parte foi equilibrada, sem grandes oportunidades. Inter teve uma bem resolvida por Diogo Costa, F.C.Porto que teve a melhor, Eustaquio ficou a centímetros de marcar. 

Assim, com o F.C.Porto a procurar atacar, o Inter a esperar e a sair na transição, o nulo ao intervalo justificava-se.

Para a segunda-parte Dragões com o mesmo onze, procuraram pressionar, chegar ao golo, mas sem grandes chances. 
Com o jogo na mesma toada da etapa inicial, Porto a tentar, Inter na mesma expectativa e a sair no contra-ataque, Sérgio mexeu, aos 71 minutos sairam Eustaquio e Evanilson e entraram André Franco e Toni Martínez. Aos 85 saíram Uribe e Zaidu, entraram Namaso e Wendell. 
Com o nulo que eliminava o campeão português a manter-se, já na parte final do jogo os Dragões foram para cima dos italianos, arriscaram tudo, criaram várias possibilidades de empatar a eliminatória, mas um misto de falta de sorte e ineficácia que na Champions se paga cara, impediu a melhor equipa de vencer.

Notas finais:
Em eliminatórias tão equilibradas, temos de aproveitar tudo. E o F.C.Porto desperdiçou em Milão, onde não merecia perder, como desperdiçou hoje, pagou caro.

Como para mim passar aos oitavos já foi um grande feito, estou obviamente triste, mas não desiludido. É preciso ser realista, ter a noção até onde pode ir a exigência. E aos técnicos e jogadores não posso exigir mais. Não posso exigir a jogador normais que façam a diferença que se exige aos craques e o F.C.Porto não tem craques. 

Andamos a criar a ilusão que podemos ser competitivos ao mais alto nível e não percebemos que isso é muito por causa de um treinador que tem feito um grande trabalho, que entrou na cabeça dos jogadores, faz com que eles dêem tudo, deixem o coração em campo, se transcendam, consigam resultados, discutir jogos e eliminatórias contra equipas muito mais fortes. 

Ficamos pelos oitavos, apesar da sensação que podíamos ir mais longe, não estou
desiludido. Após os dois primeiros jogos da fase grupos nunca pensei que chegaríamos aqui. É neste momento a nossa bitola e pelo andar da carruagem, perdendo como temos perdido ano após ano os melhores jogadores e não os substituindo em tempo útil por jogadores de qualidade semelhante vai ser muito difícil sair daqui.

Espectacular apoio e coreografia no Dragão. Parabéns!


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