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sexta-feira, 29 de março de 2024


Sou portista desde que me conheço, tenho décadas de associativismo. Sou do tempo em que os jogos de juniores entre FCP e Leixões para decidir o título regional, eram memoráveis, às vezes necessários vários para se encontrar o campeão regional - ainda recordo uma molhadela monumental num desses jogos de desempate jogado no pelado Bessa. Os jogos de seniores entre os dois clubes também eram muito disputados, quentinhos e de grande rivalidade. O primeiro jogo que vi ao vivo nas Antas, foi no campo de treinos, FCP 8 - Freamunde 0, entre outros, jogavam Pavão, Lázaro, Rendeiro, estou a citar de cor. Sou do tempo das vacas magras, dos que passaram 19 anos de travessia do deserto, do tempo em que ver o FCP a Lisboa se demorava uma eternidade. Ir ver o FCP frente ao Schalke ao estádio da Luz por interdição das Antas, obrigou a perder uma tarde de trabalho, a fazer uma directa no dia seguinte. 


Serve este introito para dizer que não sabia quem era JNPC, só o fiquei a conhecer quando foi chefe de departamento de futebol numa direcção do doutor Américo de Sá. Depois acompanhei de perto o seu trajecto, primeiro na chefia do futebol portista, onde juntamente com José Maria Pedroto acabaram com o longo jejum, começaram a criar os alicerces para um FCP que fez história no futebol português, mas não só. Mais tarde, como presidente, um líder corajoso, determinado, combativo, o homem que seguia na frente, inteligente, competente e que transportou o FCP para uma dimensão que nem nos meus melhores sonhos imaginava ser possível. Ganhei pelo senhor JNPC uma grande admiração, respeito, dentro das minhas modestas possibilidades, defendi-o com fervor nas muitas lutas que teve de travar em defesa do FCP. Sempre votei nele, mesmo quando eram candidaturas únicas, fi-lo também porque tornou o FCP um clube com força, poder, influência, mais que respeitado era temido. Também porque o FCP era um caso de estudo na forma como planificava, formava, contratava, transferia. Ganhava e ganhava, eram tempos em que qualquer treinador do FCP sujeitava-se a ser campeão. Isto é e resumindo, porque se desde cedo aprendi que os se os superiores interesses do FCP estão acima de tudo e de todos, JNPC corporizava bem esse espírito.
Mas as coisas começaram a mudar, todas as virtudes citadas deixaram praticamente de existir. O FCP perdeu muito do que tinha de bom, nos itens citados. Por exemplo, agora um treinador ganha apesar de e por isso Sérgio Conceição é tão idolatrado, o treinador mais apoiado, tolerado e até cantado da história do FCP que eu me recordo. Isto, junto ao facto de os grandes responsáveis por o FCP ter incumprido junto da UEFA, os responsáveis pela violação do fair-play financeiro receberem prémios de gestão, quando a gestão era uma desgraça, prémios obscenos, na ordem das centenas de milhares - o senhor presidente que já é muitíssimo bem remunerado, recebeu perto de 1,5 milhões de euros em quatro anos -, fez-me mudar, para mim JNPC deixou de corporizar os superiores interesses do FCP. Por isso disse nas eleições de 2020 que pela primeira vez não ia votar em JNPC. Se nessas eleições não votei, muito menos iria votar nestas. Em 2020 porque entendi que nenhum dos candidatos reunia o perfil indicado para ser presidente do FCP, não apoiei ninguém, nestas eleições de 27 de Abril, porque acho que AVB tem esse perfil, resolvi tornar público o meu apoio.
Sou um sócio normal, comum, sem relevância, não represento ninguém, não sou líder de facção, só quero o melhor para o FCP, tudo que digo é da minha exclusiva responsabilidade. Mal ou bem, é o que penso. E como entendo que nestas eleições o melhor para o FCP, quem melhor defende os superiores interesses do FCP, é o AVB, tem o meu voto.
É isto, nada mais que isto. Tudo o resto que possam pensar, passa-me completamente ao lado. E quem dirige o FCP sabe bem que é assim.

Três notas: 
1 - O António Oliveira dar lições de portismo ao AVB e a quem o apoia tem imensa piada...

2 - O Jogo: "Dragões pagam a Academia em seis anos graças a um fundo de investimentos".
Qual é o fundo? Não está ligado ao Koehler, pois não? Em que condições é o financiamento?

3 - AVB ontem em Albufeira:
"Eu não sei se estás a perguntar ao Antero, não percebo bem o que é que queres dizer, nem o que é que queres implicar. É importante haver sustentabilidade e sustentabilidade não é um passivo de 500 milhões de euros e, sobretudo, 250 milhões de euros em 12 anos. Seja qual for a pessoa envolvida. Todas as pessoas envolvidas têm responsabilidade. Achas que na minha gestão o máximo responsável não seria eu enquanto presidente?
Convém pôr os pontos nos ii. Há responsáveis máximos que são os líderes. Não podemos estar agora a sacudir a água do capote e dizer que a culpa era do sr. Angelino, a culpa era do Sr. Antero, a culpa era do sr. Fernando Gomes e a culpa era do Sr. Reinaldo Teles, que infelizmente faleceu. Os responsáveis máximos têm que assumir as suas responsabilidades".
"Assumem o seu legado, que é um bem fundamental do FC Porto, mas têm que assumir também as suas responsabilidades".

Muito bem, André!
Porque sempre disse o mesmo, chega da política do bode expiatório. Quando tudo é maravilhoso, PC allez, PC allez, allez, Viva o Rei, longa vida ao Rei. Quando corre mal, há sempre alguém a pagar o pato, o senhor presidente passa sempre pelos pingos da chuva.



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