O objectivo principal foi conseguido: ganhamos com justiça, com mérito, mas com uma exibição que não foi famosa. Não quero ser demasiado exigente na análise ao jogo, porque há vários factores que podem ter contribuido para a fraca qualidade do futebol portista. Desde logo, porque estamos em início de época e ao contrário da época passada- em que quem iniciou a temporada, já vinha da época anterior -, a equipa sofreu algumas alterações no seu xadrez: Sapunaru, Benítez, T.Costa e C.Rodríguez são elementos novos na estrutura da equipa e estão a começar a assimilar os novos métodos e uma nova forma de jogar. Depois, porque a derrota na Supertaça pesou, pesa sempre, na cabeça dos jogadores, por mais que Jesualdo diga que não. Finalmente, os vários jogos das selecções, com 7 dos que iniciaram o jogo contra o Belenenses, a terem de jogar e viajar, alguns para bem longe, com o consequente desgaste que essas deslocações provocam nos jogadores. Apesar destes factores, que servem de desculpa, há coisas que não podem deixar de ser referenciadas: a defesa, principalmente, os laterais, não me parecem com capacidade para serem os laterais que o F.C.Porto precisa, penso até, que Sapunaru, deve ser melhor central do que é lateral. E Benítez...francamente...não mostra ter nível para resolver definitivamente, o problema, que desde a saída de N.Valente e ano após ano, jogador após jogador, tem a lateral esquerda, da defesa portista. Se os laterais não estiveram bem, os centrais não estiveram muito melhor, com vários lances na área portista - cantos e livres -, em que foram notórias as falhas de marcação, que só não deram golo por acaso. Lances desses não podem acontecer e, em determinados jogos, são fatais!

No meio campo a equipa melhorou com a passagem de R.Meireles para trinco e a entrada de T.Costa.O argentino trabalha mais que Guarín e não tem as perdas de bola, nem as jogadas de risco, do colombiano.

No ataque, um Lisandro ainda à procura da melhor forma, um "Cebola" de quem se espera mais - apesar do lateral desse lado não ajudar muito - e um Mariano a fazer pela vida, apesar de intermitente e às vezes, trapalhão, asseguram qualidade e no futuro vão render muito mais.

Se Jesualdo não tivesse apenas um sistema - 4X3X3 - Hulk - Grande golo! - podia ser alternativa...assim, o brasileiro que veio do Japão, corre o risco de não passar de um suplente, o que sinceramente, me parece um claro desperdício.

Resumindo: entrada dominadora do F.C.Porto, com vinte minutos muito razoáveis: rapidez, intensidade, bom futebol, um golo e algumas possibilidades de aumentar a vantagem. Depois e até ao intervalo, o ritmo diminuiu, a qualidade baixou, o futebol foi trapalhão, desligado, as jogadas não sairam e as oportunidades escassearam.

A segunda-parte foi, com excepção, da parte final - depois do 2-0 - ainda pior que a segunda metade da primeira e tirando um erro da defesa azul, que Lisandro não aproveitou, praticamente não aconteceu mais nada digno de relevo.

Esperemos que as razões para a qualidade do jogo portista tenham sido os factores apontados.

O próximo jogo, de grau de exigência elevada, ajudará a clarificar e começará a desfazer dúvidas.

Notas finais:

G.Madaíl teve no Dragão a recepção que merecia: recebeu uma assobiadela que nunca mais esquecerá!

P.Bento, o chorão, lamuriento e queixinhas, já começou a pressionar. Já não há pachorra!

Faltam 8 dias para que a novela Quaresma termine. Como acabará? Será que o "Cigano" sai?