quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Bofetada de luva branca de um mal amado.
Vou começar pelo fim ou melhor por um jogador que entrou a três minutos do fim e marcou o golo da tranquilidade: Lino.
O lateral brasileiro não é um craque, muito longe disso, mas é e para mim, muito melhor que Benítez.
O lateral brasileiro não é um craque, muito longe disso, mas é e para mim, muito melhor que Benítez.
Se compreendo e até aceito: quando Fucile está em condições de jogar, que jogue, mesmo sendo um lateral-esquerdo adaptado, já me custa muito a compreender - vou conseguir decifrar este enigma -, que quando o uruguaio não está, jogue Benítez em detrimento de Lino. O argentino não é melhor a defender - o golo do Fenerbahçe foi por desatenção dele - e com a bola no pé a jogar e a passar, a diferença a favor de Lino é tão clara, que só não vê quem não quer.
Para terminar este assunto só mais uma nota: Jesualdo disse no fim do jogo que Lino é um grande profissional. Tem razão, o técnico do F.C.Porto, só um grande profissional, aguentava tantas desconsiderações e tantas provas de desconfiança, como as que constantemente, Jesualdo
dá mostras.
Dito isto vamos ao jogo: entrada fulgurante do F.C.Porto a prometer muito. Dois golos marcados e mais alguns esbanjados de forma ecandalosa, pareciam indicar uma grande noite no Dragão, com uma vitória tranquila. Engano, puro engano. Depois do dois a zero a equipa deixou de jogar, de marcar, a intensidade baixou, a qualidade também e o adversário, começou a tomar conta do jogo, a dominar, ameaçar e com os dois laterais portistas a darem abébias atrás de abébias, não admirou o golo turco.
Na segunda parte foi mais do mesmo. Uma cópia da parte final da primeira, com os calafrios a surgirem, principalmente na parte final do encontro e o empate a poder acontecer, em duas ou três jogadas pelo lado esquerdo e pelos pés de um jogador de 35 anos.
Seria injusto - O F.C.Porto mereceu vencer - mas esteve à vista!
Não pode acontecer, principalmente nos jogos da L. dos Campeões, uma diferença de qualidade e intensidade de jogo, tão grande como se viu hoje entre os primeiros 20 minutos e o restante tempo de jogo.
O facto de ter havido jogos das selecções não explica tudo - o que teria acontecido se houvesse jogos da Liga no último fim-de-semana? -, assim como não explica tudo, o facto de haver vários jogadores que se estreavam na Prova Rainha da Uefa. Rolando e Fernando, jogaram pela primeira vez a este nível e foram dos melhores.
Aliás, este jogo, deve ter resolvido definitivamente a questão da posição 6 - trinco - já que a de defesa central, penso que já estava resolvida desde o jogo da Luz, com Rolando a agarrar o lugar de parceiro, ao lado do indiscutível, B.Alves.
Em cima: Lucho - apesar de na parte final e mais uma vez, ter dado a ideia de acabar em dificuldades - Lisandro - apesar de perdulário - Helton, R.Meireles - outro que deu o estouro.Porquê? e Lino.
Em baixo: Sapunaru - não é lateral -, Benítez, Mariano - esteve parado muito tempo, perdeu condição e ritmo -, C.Rodríguez - não rende agarrado à linha - e Hulk - mesmo descontando o facto de jogar do lado direito. Devia jogar no meio, atrás de Lisandro -
Declarações de Jesualdo:
«O F.C. Porto tinha a lição muito bem estudada e à saída das cabinas as coisas estavam bem mais frescas. Durante 20 minutos, fez um jogo excelente, ao ponto de ter parecido não haver Fenerbahçe. Fez dois golos, podia ter feito mais um, mas um certo deslumbramento e a fadiga natural provocada pela participação nos jogos das selecções ditou uma quebra. Tudo isto com cinco jogadores que se estreavam na competição de início.»
«O Fenerbahçe fez o golo numa jogada que sabíamos ser o seu ponto forte, num género de lance em que demonstra grande rotina. A partir daí, a equipa oscilou um pouco, mais do ponto de vista psicológico do que táctico.»
«Na segunda parte, fomos uma equipa mais coesa, mas falhámos num dos nossos pontos fortes, que são as transições.»
«Tal como aconteceu no Estádio da Luz, em que o F.C. Porto conseguiu vencer a primeira barreira, hoje deu um segundo passo no sentido da construção da equipa perante desafios de alguma exigência.»
«Estou contente, entendo que os jogadores foram fantásticos e fico especialmente feliz pelo facto de os laterais do F.C. Porto terem construído e finalizado o terceiro golo.»
«A entrada do Lino era a substituição que havia a fazer, para quebrar o ritmo do Fenerbahçe e repor o equilíbrio. O Lino é um jogador excelente na finalização, é um grande profissional e alguém que trabalha muito para poder jogar no F.C. Porto. Fico feliz por ter sido ele a carimbar a vitória.»
«O Fenerbahçe demostrou que é uma excelente equipa, que faz do jogo e do passe seguros o seu principal atributo, tornando-se bastante difícil de defrontar.»
«Só está jogada a primeira jornada e faltam ainda 15 pontos para disputar. É muito cedo para dizer quem poderá passar aos oitavos-de-final.»
«Hoje senti-me bem, mas contra o Benfica também acredito que fiz um bom jogo. A pouco e pouco, tenho-me integrado e sinto que posso ser um jogador importante. Sonhava estrear-me na Liga dos Campeões e isso finalmente aconteceu. Só posso estar feliz. Paulo Assunção é outro jogador, não há comparação possível entre nós os dois.»
E de Lino:
«O jogo vale, sobretudo, pelo resultado. Vencer em casa é muito importante, da mesma forma que é fundamental começar a Liga dos Campeões com uma vitória»
«Foi um golo importante, porque o jogo estava difícil. Só me apeteceu correr para comemorar. Quando tenho oportunidade de jogar, dou sempre tudo para continuar na equipa.»