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terça-feira, 21 de abril de 2015


Quando do sorteio escrevi isto:
«Meus caros, como tenho dito, este Porto não morre de véspera, não presta vassalagem a ninguém, eles são melhores colectiva e individualmente, mas vão ter de o provar dentro das quatro linhas. É um jogo em que a pressão está toda do outro lado e por isso que devemos encarar com a tranquilidade de quem não tem nada a perder, tudo a ganhar. É também um jogo frente a um adversário que está gravado a letras de oiro na História do F.C.Porto. Foi em Viena frente ao Bayern que os Dragões conquistaram a primeira Taça dos Campeões e nessa altura também eles eram poderosos, favoritos, jogaram praticamente em casa, mas a Taça veio para a Invicta.»

O jogo da 1ª mão confirmou que mesmo frente aos mais poderosos não morremos de véspera, mais que o resultado, a exibição conseguida no Dragão criou a ilusão e a esperança que era possível. Faltava o mais difícil, mesmo com dois golos de vantagem, saber se conseguiríamos resistir, dentro do campo à força de uma das melhores equipas do Mundo, fora das quatro linhas, a um clube com um poder enorme, alemão e com a final a disputar-se na capital da Alemanha, Berlim. Nos últimos quatro anos o Bayern esteve sempre nas meias-finais da Champions League, ganhou uma e foi finalista derrotado na outra. Era, como disse Lopetegui, um desafio colossal, só à altura de uma grande equipa. Tal como aconteceu na quarta-feira passada, o F.C.Porto tinha de ser uma equipa organizada, compacta, unida, CONCENTRADA, corajosa, ambiciosa; uma equipa coesa e segura na defesa; equilibrada no meio-campo; rápida e acutilante no ataque. Resumindo: era preciso um Porto da melhor qualidade, um grande Porto europeu. Para nossa grande tristeza, desilusão, esse Porto não apareceu em Munique, durante a primeira-parte foi uma caricatura foleira da equipa que nos fez sonhar no Dragão e o sonho virou pesadelo.

Sem Danilo e Alex Sandro, da equipa que dei como provável, não jogou Ricardo, jogou Reyes a lateral-direito, numa opção que se compreendia: em vantagem na eliminatória, mais que tudo era preciso ter solidez defensiva, foi isso que o técnico portista procurou na escolha do mexicano em detrimento do jovem português, também porque Reyes é alto, tem hábitos de defesa, nos lances de bola parada podia dar à equipa aquilo que Ricardo não podia. Certamente que agora todas as críticas dos que fazem prognósticos no final do jogo, vão começar por por essa opção de Lopetegui. Será redutor ir por aí. Reyes falhou, como falharam todos os outros, ninguém se salvou naquela primeira-parte de terror, algo que só encontra paralelo num AEK de Atenas 6 - F.C.Porto 1, é preciso recuar até à longínqua época de 1978/1979. Por isso não percebi a saída do defesa mexicano para a entrada de Ricardo. Provou-se que não era esse o grande problema dos Dragões na noite de hoje. O Bayern fez o que quis da equipa do F.C.Porto, jogou sozinho, resolveu o jogo até ao intervalo, marcou cinco golos, teve 70% de posse, parecia que estava a fazer um jogo treino com os juniores.

Com a eliminatória perdida ao intervalo e correndo riscos de uma derrota por números ainda muito piores, Lopetegui tirou Quaresma e meteu Rúben Neves para ter mais gente no meio-campo, tentar minorar os danos, não permitir que o Bayern fizesse o que fez nos 45 minutos iniciais. Aproveitando o abrandamento alemão o F.C.Porto teve mais bola, equilibrou, marcou por Jackson, podia ter marcado outro, deixou uma imagem mais positiva, mas nunca mostrou ter capacidade para mudar o rumos dos acontecimentos. Foi  apenas porque campeão alemão já estava noutra, mas ainda viria a marcar mais um golo por Xabi Alonso.

Resumindo: primeira-parte inacreditável, melhor a segunda, mas tudo já estava resolvido.
O F.C.Porto desbaratou em 45 minutos muito, quase tudo aquilo que tinha conseguido em prestígio nesta edição 2014/2015 da Champions League - os últimos resultados é que ficam na memória.

Dito isto, mesmo que um resultado destes nos deixe prostrados, arrasados, temos de reagir. Não éramos os maiores antes deste jogo, não somos os piores agora. Mas quem primeiro tem de reagir,e em força, deitar para trás das costas esta noite negra, são os jogadores. Se o jogo de domingo era muitíssimo importante, agora ainda será muito mais. É a hora da verdade, domingo temos de apagar esta noite que deixa o universo portista destroçado.

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