sábado, 26 de maio de 2018
Embora no futebol já nada me surpreenda e o que é verdade hoje, muitas vezes é mentira amanhã, a renovação de contrato de Sérgio Conceição por mais uma ano, até 2020, é a certeza da continuidade do treinador na cadeira de sonho e é uma óptima notícia. É também um sinal que a competência, profissionalismo, rigor, exigência, atitude, ambição, paixão e grande vontade de vencer, vão ser a marca do F.C.Porto em 2018/2019. Para além disso, saber que os processos, modelos e métodos vão ser os mesmos, logo é só ir aperfeiçoando, junto com a menor pressão sobre os jogadores derivada da conquista do título, faz com que tudo se conjugue para que o F.C.Porto da próxima época possa ser melhor do que a que terminou há pouco e que já foi muito boa.
Sobre entradas, saídas, plantel, etc., passo, mesmo que alguns zum zuns me deixem cheio de curiosidade.
Esta semana um jornal desportivo recordava o 30º aniversário de uma final europeia, Taça dos Campeões Europeus, que o Benfica perdeu nos penalties frente aos holandeses do PSV - curiosas as recordações deles... Daí para cá, o F.C.Porto já conquistou quatro troféus internacionais, uma Taça UEFA, uma Liga Europa, uma Taça de Campeão do Mundo e uma Champions League.
Assim e porque hoje em Kiev se disputa a final da prova rainha da UEFA e também passam 14 anos que o F.C.Porto derrotou o Mónaco por 3-0, no Arena Auf Schalke de Gelsenkirchen, importa lembrar e repetir que esse é o maior feito colectivo conseguido por um clube na história do desporto português. Sim, porque já na altura o modelo da Champions League não tinha nada a ver com o da Taça dos Campeões Europeus que vencemos com brilhantismo em Viena, apenas para não ir mais longe... E se agora acreditar que esse sonho pode voltar a concretizar-se quase que nos leva para o campo da utopia, para mim é claro que nessa utopia, em Portugal, só o F.C.Porto se pode permitir sonhar.
A propósito, quando o F.C.Porto em Fevereiro de 2008 defrontou o Schalke 04 - numa eliminatória da Champions dramaticamente e injustamente perdida no malfadado desempate nas grandes-penalidades. Mesmo com 10 contra 11 durante uma parte dos 90 minutos e todo o prolongamento, o conjunto de Jesualdo foi muito superior e merecia ter seguido em frente -, apesar de na altura se pensar, como agora, que ir novamente a uma final europeia era quase impossível, não faltava quem acreditasse que não era bem assim. Eu era um deles e por isso na antevisão do jogo da 1ª mão, disputado em Gelsenchirchen, disse algo como isto:
«Gelsenkirchen terra iluminada, onde a glória ainda está bem presente na nossa memória. Não por nostalgia passadista, mas porque lá foi inscrita mais uma página dourada da nossa fantástica história.
Não há nostalgia, porque nós acreditamos que podemos de repetir e temos legitimidade para isso; e também podemos sonhar, porque os nossos sonhos são construídos com os pés bem assentes na terra, sem megalomanias ou faraónicas ambições.»
Não demorou muito a cumprir-se o sonho, passados 3 anos fomos a Dublin disputar a final da Liga Europa. E como ninguém nos rogou pragas e as finais são para ganhar, ao som do venceremos, venceremos, venceremos outra vez, o Porto vai ganhar a taça, como em 2003. E ganhou!